quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Em um ano, ACM Neto mostrou que veio governar para as elites

Sucateada, a Estação da Lapa - maior de Salvador - deve
ser privatizada a qualquer momento.
Por Caio Botelho*

Há certo tempo que as belezas naturais e os encantos de um povo alegre contrastam com uma crise sem precedentes vivida pela cidade do Salvador. Desde que a ex-prefeita Lídice da Mata (hoje senadora pelo PSB) deixou o Palácio Tomé de Souza, em 1996, a capital dos baianos não sabe o que é ser governada por um autêntico projeto popular.

Atualmente os soteropolitanos enfrentam um carlismo repaginado, que sagrou-se vitorioso nas últimas eleições municipais. Esse “neocarlismo” joga com armas novas, passa a impressão de ser afeito ao diálogo e, com isso, chega até mesmo a ludibriar alguns. Mas em essência representa o mesmo projeto autoritário gestado durante a ditadura militar e que durante cerca de quatro décadas praticamente ininterruptas obteve a hegemonia política na Bahia. E o resultado, como sabemos, foi desastroso para o estado.

“Rolezinho” e luta de classes

Retrato da discriminação: jovens da periferia são impedidos
de circular nos Shoppings Centers
Editorial do Portal Vermelho

O movimento chamado de “rolezinho” – mobilizado pelas redes sociais desde o fim do ano passado – está tornando-se um fenômeno social e político, na medida em que revela um novo tipo de expressão de insatisfações e aponta questões centrais para o debate por uma sociedade mais justa e igual. Objetivamente, é uma expressão da luta de classes; desmascara o racismo e o preconceito entre os diferentes segmentos da população; e evidencia novos aspectos sobre a repressão policial.