sábado, 21 de abril de 2012

Movimentos sociais na América Latina

Por Edmilson Costa, no sítio português O Diário:
Os anos 90 do século passado e os primeiros dez anos deste século foram marcados por intenso debate entre as forças de esquerda sobre o papel dos movimentos sociais, das minorias, das lutas de gênero e das vanguardas políticas nos processos de transformação econômica, social e política da sociedade. Colocou-se na ordem do dia a discussão sobre novas palavras de ordem, novos agentes políticos e sociais, novas formas de luta, novas concepções sobre a ação prática política.


Esses temas e concepções ocuparam o vazio político nesse período em funções de uma série de fenômenos que ocorreram na década de 80 e 90, como a queda do Muro de Berlim, o colapso da União Soviética e dos países do Leste Europeu, o refluxo do movimento sindical, a redução das lutas operárias nos principais centros capitalistas, a perda de protagonismo dos partidos revolucionários, especialmente dos comunistas,além da ofensiva da ideologia neoliberal em todas as partes do mundo, sob o comando das forças mais reacionárias do capital.

A conjuntura de derrota das forças progressistas favoreceu a todo tipo modismo teórico e fetiche ideológico. Sob diversos pretextos, certas forças políticas, inclusive alguns companheiros de esquerda, começaram a questionar a centralidade do trabalho na vida social, o papel dos partidos políticos como vanguarda dos processos de transformações sociais e políticas, a atualidade da luta de classes como instrumento de mudança da história e o próprio socialismo-comunismo como processo que leva à emancipação humana.

Cristina enfrenta o neoliberalismo

Editorial do sítio Vermelho:
A Argentina foi pioneira, em 1922, na criação de uma empresa estatal do petróleo. Foi naquele ano que nasceu a Yacimientos Petrolíferos Fiscales; depois vieram, informa o ex-diretor geral da ANP, Haroldo Lima, em artigo publicado neste portal, a Pemex, no México (1938), a Petrobrás, no Brasil (1953) e, mais tarde, estatais do petróleo na Inglaterra, Itália, França, Canadá, Japão, Noruega, etc.


É dentro desta tradição de pioneirismo que o governo da presidente Cristina Kirchner dá um novo passo no sentido de romper com o neoliberalismo em seu país e restaurar a soberania nacional num setor profundamente estratégico, como é o petrolífero.

A medida foi uma reação contra a inoperância e inércia da empresa privada Repsol que – embora acumulando altos lucros desde 1999, quando assumiu o controle da YPF – descumpriu suas obrigações contratuais deixando de investir na exploração de petróleo, fragilizando o país e sendo um obstáculo à retomada do crescimento econômico nos níveis pretendidos pelo atual governo.